domingo, setembro 25, 2005

Tragam-me de volta o meu SOL

É uma tarde de domingo, como tantas outras...

Lá fora, o Sol chama-me, anda, diz-me ele, vamos dar uma voltinha e de certeza que ficas melhor.

O Sol sabe que faz de mim outra pessoa, que sempre o procurei nas tardes melancólicas, em que me sentava, ainda miúda, num cantinho perto da janela da varanda, de livro na mão e música ambiente, normalmente os violinos de Bach, sim eram sempre esses os escolhidos para as minhas tardes melancólicas. Depois o Sol fazia o resto, e eu ali ficava embalada, por vezes de olhos fechados, até o Sol desaparecer do cantinho do meu quarto, da minha janela, desse meu posto de sossego.

O Sol batia-me nos olhos, enlevava-me, entrelaçava-me, chamava-me para grandes passeios lá fora, mas eu não queria, a minha paz era ali dentro, no meu cantinho da solidão, e a música.... ai a música....., a música fazia o resto. Adormecia-me por vezes, fazendo-me esquecer das tristezas da minha vida, transportava-me para sonhos bonitos, tocava-me no mais fundo dos meus sentimentos, nas minhas nostalgias, nos meus pensamentos de menina. Ai como era bom...! A música tomava conta de mim e eu fazia o resto. Acalmar, deixar sair cá para fora tudo aquilo que eu tinha de melhor dentro de mim, passar os sentimentos para as palavras, escrever. Encher páginas e páginas daquilo que hoje são apenas recordações, guardadas em livros e cadernos, que de vez em quando ainda leio, com muita saudade.
As palavras são apenas aquilo que nós queremos que elas sejam, e eu cresci, agarrada as minhas palavras, que ainda hoje me são fieis.

É uma tarde de domingo e hoje está Sol.

Não tenho comigo os violinos de Bach, onde andará a K7?
O meu cantinho perto da varanda, está longe, noutra casa, nas minhas memórias da casa de família. A última vez qe o vi, tinha duas arcas atafulhadas de coisas , está transformado numa espécie de quarto de arrumações. De certeza que ainda lá bate o Sol, mas já não bate da mesma forma, ou pelo menos com o mesmo sentimento.

Restam-me as memórias.

sábado, setembro 10, 2005

Vou ali e já volto

Finalmente está-se a acabar o meu tempo de espera, e as tão ansiadas férias começam amanhã.
Eu estou de férias, mas férias fechada em casa a limpar o que nunca se tem tempo para limpar, não são férias. Os telefones sempre a tocar, e as minhas preocupações sempre ao de cima, a acordar na mesma às sete da manhã... enfim .... para quem vive o ano inteiro a picar um chato dum pontógrafo, bem merecia umas fériazitas mais livres de rotina.
E amanhã.... upa outra vez às sete, mas desta vez por uma boa causa. Meter-me num carro com uma amiga e ir 5 diazitos a banhos, longe daqui.
A chata já me disse que me roubava os telemóveis, e ai de que me visse preocupada com fosse o que fosse.
Vou ter saudades do meu marido (que este ano não tem férias), dos meus cães e dos meus gatos e da minha familia ....
Mas é mesmo um vou ali e já volto, não tarda nada estou aqui a queixar-me outra vez que preciso de (mais) férias.
Um bom livro, as sandalecas, o bikini, o livrinho das palavras cruzadas e o do sudoku, umas revistas da treta, o bronzeador e por via das duvidas, o chapeu de chuva porque nunca se sabe...
Até já

sábado, setembro 03, 2005

O Gui já nasceu :)

Querido Paizinho

Ontem, dia 2 de Setembro de 2005 foste novamente avôzinho. De um bebé muito bonito chamado Gui, nome herdado também do teu querido paizinho.
No meio de toda a minha alegria e choradeira pegada, mais uma vez dei conta de que faltavas lá tu, e que irias adorar conhece-lo, tomá-lo nos braços, embalá-lo no teu colo, dar-lhe miminhos, assim como faz a mãe. Mas certamente o Gui saberá amar-te, ao avôzinho que está lá longe, nas estrelas, ele saberá que um dia todos nós não seremos mais que uma estrelinha perdida num universo, tão longe.... mas sempre tão pertinho do coração de quem gostamos.

O Gui só nasceu ontem, mas toda aquela ansiedade em que andei nas ultimas semanas, apaziguou com a sua chegada. Estou calma... e serena..... e estou a escrever com o coração inundado de lágrimas de felicidade. O Gui trouxe-me paz interior, a paz que eu precisava de sentir cá dentro. Ao olhá-lo, senti a vida, senti que aquele ser pequenino e fofo, de olhinhos fechados e coração aberto para o mundo, criou, assim de repente, tantas emoções dentro de mim, que me tornou na mais bela das tias, pelo menos a mais orgulhosa.

Bem vindo a este mundo, pequeno Gui, a tia Ana está completamente babada.