quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Para ti, para todos.....

Estou cansada, estou farta que façam sobre mim juízos de valor, e ainda mais quando não correspondem à realidade.
Quem me conhece, conhece-me a sério. Sabe que sou uma pessoa pura, que sabe dar a mão a quem precisa, que sou crédula, que sou amiga do meu amigo, que não tenho maldade, que desconheço a mesquinhez, que sou adulta e infantil ao mesmo tempo, que sou responsável mas que adoro ser criança de propósito. Que não guardo rancores, que não sou agressiva, que tenho um coração onde guardo muita coisa, com espacinhos divididos de amor e carinho por aqueles que gosto e que amo. Que não sou mentirosa, que não faço as coisas com segundas intenções, que não gosto de magoar ninguém, e que fico muito triste quando me desiludo com aqueles que eu pensava serem meus amigos.
Problemas, todos temos, uns mais, outros menos, cada um tem os seus, e não podemos fazer comparações, porque aquilo que nós sentimos são os nossos problemas (independentemente de serem maiores ou mais pequenos que os dos outros).
Por isso fiquei triste.... com as tuas palavras. Sim, é para ti que estou a falar.
Não tinhas o direito de me andar a espicaçar constantemente com mails parvos e insinuosos, acusando-me de coisas que não são verdade, pondo em dúvida o que eu digo, e não querendo sequer respeitar as minhas respostas. Ao princípio, tentava sempre dar a volta por cima, fingir que não tinha lido esses mails, essas palavras tristes e dormentes, dava sempre a desculpa que não estavas bem, e ignorava os teus bombardeamentos.
Mas tudo tem limites, e eu cansei-me. Não andas bem, eu compreendo, mas isso não te dá o direito de seres rude e agressiva, com aqueles que talvez serão... bons amigos . Amigos que sabes bem que tinhas por perto, às vezes culpamos o tempo e a falta dele, mas não deixamos de ser os bons amigos que te escutam e estão cá para o que é preciso. Assim, afastas as pessoas. Afastas-me a mim, que depois de meses e meses a levar por tabela e a tentar não fazer caso das tuas palavras, cansei-me.
Talvez por isso eu esteja agora distante. Para que compreendas, que não devemos magoar os outros só porque estamos magoados com a vida. Devemos sim, aceitar as ajudas e o carinho daqueles que gostam verdadeiramente de nós.

Rewind

Há algum tempo que não escrevia, e já algumas pessoas notaram esta minha ausência.
Não escrevo por razão nenhuma, mas simplesmente porque este blog não é um diário, mas sim aquele poiso acolhedor que me abre os braços quando preciso de deitar cá para fora algumas coisas que me vão na alma.
Parte I
Sobre o Natal, não me apeteceu escrever nem desejar as boas festas a ninguém.
O Natal é mais um dia de folga, e como eu não sou religiosa, limito-me a viver o Natal a tentar criar o espírito à volta duma árvore cheia de prendas, a correr lojas e lojas à ultima da hora porque todos os anos digo que isso não se volta a repetir e repete-se sempre, a chorar sempre que oiço um cântico de Natal, a ver os meus sobrinhos ficarem felizes quando rasgam cada embrulho, a deprimir quando me lembro dos outros Natais, os verdadeiros.
Era assim, 5 pessoas à volta duma mesa, e tão só 5 pessoas. As velinhas, os sininhos, a aparelhagem tocava um LP (ainda não se falava em cds) com as musicas de Natal, o bacalhau cozido com batatas, e as couvezinhas, e sabia tudo tão bem, e depois iamos dormir a correr porque o senhor pai natal naqueles tempos só vinha de madrugada, e quem disse que dormiamos? Lembro-me que várias vezes acordava durante a noite e ia espreitar, e o senhor pai natal estava atrasado, até que de repente lá adormecia de cansaço, e não era quando ele chegava? E por causa destas e doutras nunca conheci ao vivo o senhor pai natal.
Éramos 5, eu as minhas irmãs e os meus pais. Numa mesa a comer bacalhau com todos, num espírito verdadeiro familiar. O tempo devia ter parado ali, porque mais tarde passámos a ser apenas 4 a uma mesa e nunca mais foi a mesma coisa.
Hoje somos muitos em várias mesas, e é por isso que não gosto do Natal, na minha cabeça, há sempre uma cadeira vazia, e é nesse vazio que me encontro sempre que chega a época de Natal.
Parte II
Também não gosto do ano novo. Mas desse nunca gostei. Chateia-me ir a correr celebrar um dia que para mim é sempre igual aos outros, tenho medo dos foguetes muito de perto, e por mim, passava-o em casa, mas enfim.... o champagne e as passas não me dizem nada, a alegria no ar não me comove, e lá faço uns sorrisos forçados e lá vou para onde me levam. Sempre desejosa de regressar. Aquela semana depois do natal põe-me sempre nervosa, em vez de andar na lua a planear a festarola, fico deprimida e desejosa que o fim do ano passe depressa e que finalmente seja dia 2 de Janeiro, porque tb não gosto do dia 1 (apesar de ser feriado :) ).
Parte III
O dia 14 de Fevereiro é mais outro dia virado para o consumismo.
Quando não tinha amor, vibrava com esse dia e com o desejo de poder comemorá-lo.
Hoje as coisas são diferentes, as palavras e os sentimentos valem mais para mim do que valiam, os actos falam por si mesmo, e por favor, despachem-me este dia que é mais outro de floreados para o qual não tenho pachorra.
Se bem que fiquei muito feliz com a prendinha e o jantarinho que recebi, porque adoro receber prendinhas.... :) , faz parte do meu lado de criança, e tenho a impressão que nisto nunca vou crescer....